18 jan 2018 - 19h52

Tempo de retomada

3 medidas para retomar uma agenda positiva e recompensar os profissionais que seguraram o rojão

Uma agenda positiva para recompensar quem foi parceiro no pior da crise

O cenário econômico brasileiro tem sido no mínimo desafiador para empresas de todos os setores. Medidas drásticas vêm sendo tomadas para assegurar a sobrevivência dos negócios. Agora, depois de alguns duros anos, o mercado começa a dar sinais de recuperação. Ainda que tímida e gradual, a retomada mostra fôlego para influenciar o humor de empresários e administradores. Gradualmente, também, os  tomadores de decisão começam a tirar planos e projetos da gaveta, e a não pensar somente em medidas contingenciais.

Um ponto a se destacar neste momento de alteração de rota é o que diz respeito às pessoas. É vital que os gestores olhem com cuidado para os profissionais que permaneceram na empresa durante os períodos mais difíceis, que muitas vezes estão cansados e desgastados por terem participado de ações voltadas para racionalização de custos, negociações com credores e enxugamento da empresa. Eles viram partir colegas de muitos anos e muitas vezes tiveram que demiti-los.

Como reafirmar para estes colaboradores a sua importância num contexto de retomada? Como recompensá-los por terem permanecido e ajudado a empresa no processo de recuperação?

Essas são perguntas que devem estar muito presentes na cabeça dos empresários e Conselheiros, para que suas respostas resultem em estratégias de retenção de talentos e pessoas-chave  dentro das organizações. 

Medidas que motivem o profissional e acabem sendo revertidas em benefício da própria organização podem e devem ser contempladas. Algumas destas medidas são:

Avaliação atrelada a programas de desenvolvimento. É hora de oferecer avaliações dos profissionais que não só apontem seus pontos de desenvolvimento, mas que tenham continuidade para ajudá-los a preencher lacunas por meio de programas de coaching e mentoria, por exemplo, ou que resultem em programas de team building e formação de líderes.

Revisão do modelo organizacional.  A revisão do modelo organizacional visando a operacionalização da estratégia deve também prover ao profissional espaço para movimentações, ampliando seu foco em aspectos que sejam importantes tanto para ele como para a organização, ao mesmo tempo em que lhe permita aprender novas técnicas e adquirir novas habilidades. O modelo organizacional adequado deve permitir que o profissional trabalhe de forma estratégica e consistente, e que, principalmente, permita ser avaliado de forma transparente e objetiva.

Revisitar políticas de remuneração. A revisão dos modelos e políticas de remuneração, com um olhar para incentivos de curto e principalmente de longo prazo, é um indicador importante para que qualquer colaborador sinta-se valorizado pela empresa. 

Avaliação do Conselho. Se a empresa dispuser de Conselho de Administração ou Consultivo, é importante que os acionistas avaliem este órgão da Governança, sua dinâmica, pautas, perfil dos independentes.  É preciso que a formação do Conselho e seu modo de trabalho estejam alinhados à criação de uma agenda prospectiva.  

Estas são algumas iniciativas que podem fazer diferença num momento de recuperação, em que as empresas começam a retomar contratações. É crucial evitar que o desgaste dos últimos anos leve profissionais que a organização deseja manter a aceitar propostas, estimulados pela percepção de que seu empregador permanece numa agenda de contenção, enquanto outras empresas, muitas vezes concorrentes, estão expandindo e voltando a contratar.

Se a visão dos acionistas e conselheiros já não é de curtíssimo prazo e está mais otimista, isto deve ser efetivamente informado com clareza e urgência para diretores e executivos, ativos imprescindíveis do negócio e agentes da operacionalização da estratégia no dia-a-dia da empresa.  

 

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