17 jan 2018 - 18h37

O jurídico corporativo agora é setor estratégico

Debate reúne três especialistas: Viviane Doelman, Vanessa Castilho e Ana Karam.

De área de suporte das empresas, trabalhando quase sempre sob demanda da diretoria, o departamento jurídico tem agora um novo status: é um setor estratégico, alinhado às metas e métricas do negócio e com um papel decisivo na governança corporativa.
 
Por isso, mudou também o perfil dos profissionais que o mercado requisita. 
 
“Os advogados devem atuar como parceiros do negócio. Não basta mais elencar os riscos. É preciso posicionar-se sobre os caminhos que a empresa deve seguir”, diz a advogada Ana Karam, doutora em Direito pela USP e diretora da Escola de Direito da CEU-IICS, de São Paulo.
 
Ela esteve em Curitiba para falar sobre o tema durante o painel Gestão de Departamentos Jurídicos e Governança Corporativa, organizado pelo escritório CMT Advogados. 
 
Mais duas profissionais abordaram o novo momento do jurídico corporativo: a advogada Vanessa Castilho, gerentejurídica da Enaex Britanite e membro do Jurídico de Saias, um coletivo de mulheres em cargos de liderança na área, e a consultora Viviane Doelman, especializada em processos de implantação e revisão de governança corporativa, e sócia da 3G Consultoria – Governança, Gestão e Gente.
 
“Precisamos conhecer nosso cliente a partir do business, e não a partir da lei”, afirmou Ana Karam, enumerando conhecimentos importantes sobre o cliente que devem estar sob domínio dos advogados, como seus valores, concorrentes e planejamento estratégico.
 
Viviane Doelman chamou a atenção sobre a importância das ferramentas da governança corporativa para a longevidade das empresas, à medida em que reduzem os riscos do ambiente de negócios e agregam práticas capazes de garantir a remuneração e a sustentabilidade da companhia. 
 
Uma boa governança exige o alinhamento do jurídico – interno ou externo – com as metas da empresa e com seus dirigentes.
 
Esse é o momento, diz ela, em que os profissionais do direito devem deixar de ser “jurídicos” dentro das empresas para se tornarem “executivos”. Apesar de a formação em direito não ser absolutamente um pré-requisito para atuar na governança, ter esta visão é um facilitador. 
 
“Os advogados vêm aparelhados com um conjunto de conhecimentos que todo profissional de governança precisa ter. Mais do que ninguém, eles podem se preparar para trabalhar com risco calculado, desenvolvendo uma visão holística do negócio, atuando de forma multidisciplinar para entender o marketing, a logística, a operação e as finanças, e agir como ente desse contexto”, diz ela, que alerta para a grande oportunidade de trabalho aberta para os profissionais do setor.
 
A gerente jurídica da Enaex Britanite, Vanessa Castilho, contou como o setor que chefia enfrenta o desafio de olhar além das necessidades legais do dia a dia da empresa. 
 
Os advogados têm feito cursos de gestão em diferentes abordagens e o setor adota ferramentas típicas de áreas ligadas a outras áreas, como operação e financeiro. 
 
O resultado são ganhos de agilidade, eficiência e fluxo que ajudam a reduzir custos e tornar a empresa mais eficiente.
 

http://bit.ly/2DlIsuI

Artigos e notícias