5 nov 2019 - 15h39

Três dicas para a próxima geração na sucessão em empresas familiares

Não adiar o debate, não esperar pela vocação dos filhos e preparar os sucessores são chaves para a transição bem-sucedida

Viviane Doelman na 3G Consultoria
A consultora Viviane Doelman, da 3G Governança, Gestão e Gente, fala sobre processo de transição nas famílias empresárias

Temas desafiadores são uma constante na existência de todas as empresas, e as empresas familiares não são exceção. Um deles é certamente a sucessão e a transição da gestão da organização de uma geração para a próxima. A adoção de práticas de governança corporativa estimula a reflexão por parte dos controladores, e auxilia-os a visualizar os caminhos necessários para que a empresa continue a cumprir sua missão e concretize a visão estabelecida.

Para que a sucessão em empresas familiares aconteça de forma mais tranquila, há 3 dicas preciosas a serem seguidas:

  1. Trazer o assunto sucessão para a discussão de hoje é o que permitirá às empresas a pensar no futuro, no crescimento com resultados consistentes; é o que permitirá às famílias controladoras o conforto da maximização de valor dos negócios, o fluxo de dividendos e a geração de riqueza, para que cada grupo controlador, cada membro do grupo familiar, siga seus próprios caminhos, suas reais vocações, dentro ou fora da empresa.
  2. Não espere que o ‘filho mais velho’, ou um dos filhos ‘tome gosto’ pelo negócio. Muitas vezes os fundadores da empresa têm como certo que um de seus filhos vai assumir o negócio quando eles se afastarem da gestão. A nova geração não é mais necessariamente formada em áreas correlatas aos negócios dos pais, ou eventualmente não mais tem interesse de assumir os negócios da família. É importante que os pais preparem-se e criem uma governança para que a empresa prossiga e prospere independente da entrada de seus herdeiros.
  3. Se os herdeiros tiverem interesse em assumir a operação, prepare-os. O acionista deve refletir sobre perguntas como “O que eu espero da pessoa que venha a ocupar meu lugar na gestão?”; “O que é preciso investir para que meu sucessor esteja minimamente pronto para tomar o meu lugar na empresa?”; “Quais as condições a serem cumpridas para que alguém esteja habilitado a tocar o negócio?”. Estas questões visam ajudar acionistas – pais, avós, etc – a definir critérios de sucessão e nomeação de familiares para cargos executivos. Isto possibilitará o uso de filtros e dará a oportunidade para que herdeiros interessados procurem as formações e experiências necessárias.

O estabelecimento de regras claras para os acionistas é o primeiro passo na sucessão das empresas familiares. A confecção de um acordo de acionistas que reflita os desejos dos fundadores e necessidades das empresas é um passo importante para a longevidade do negócio, com o mínimo de conflitos e frustrações.

*Viviane Doelman, sócia da 3G Governança, Gestão e Gente, é especialista em Governança Corporativa pela Fundação Dom Cabral (FDC) e facilitadora em Conselhos de Família

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