Laura Gassner Otting é autora do livro “Limitless: how to ignore everybody, carve your own path, and live your best life”, ou em livre tradução, “Sem limites: como ignorar todo mundo, cavar seu próprio caminho e viver o melhor de sua vida”. Ela reflete sobre as pessoas que pensam já ter cumprido todas as etapas da vida adulta jovem. Formou-se na graduação certa, fez os estágios recomendados, progrediu em cursos de pós-graduação e conseguiu um emprego almejado.

Todos esses passos indicam, pelo senso comum, que a gente está no caminho certo para o sucesso e para o emprego dos sonhos. Porém…o emprego dos seus sonhos não é tão bom assim e sensação de frustração e falta de alternativa aparece misturada com o medo de tentar recomeçar.

O que poucos sabem é que essa situação não é rara. Um estudo de 2015, conduzido pela Gallup, revelou que somente 1/3 da força de trabalho americana se sente realmente engajada no trabalho. Todas as gerações apresentam altos índices de profissionais com a percepção de que o sucesso não trouxe a felicidade esperada. Millenials, Boomers, Geração X, todas elas se debatem com sua própria crise de identidade, tentando descobrir por que seu trabalho não dá certo.

Mas o que faz um bom emprego ser bom?

Há muito se ouvia de orientadores educacionais ou de consultores de carreira que a chave está em coisas como missão, formato, impacto, prestígio e dinheiro. Tudo isso visa a estabelecer o valor do emprego. Mas nenhuma delas considera o que é mais importante: o valor do emprego para você.

Qual é o seu propósito, em consonância com sua consciência e alinhado ao seu plano de vida?

“Se você já chegou à conclusão de que o emprego dos seus sonhos não é tão bom assim, é provável que você tenha feito tudo certo, mas de acordo com a trajetória bem sucedida de outras pessoas. Então, percebeu que, ao ter uma outra idade ou estar em outra fase da vida, aquela vida maravilhosa que você criou era para outra pessoa, não para você”, alerta Laura Gassner Otting.

Em seus estudos, ao longo de duas décadas, entrevistou e orientou líderes dos setores corporativo, filantrópico e público que passavam por transformações na carreira. E notou a ausência de consonância e de conexão entre o propósito, a ação e a visão externa do sucesso. “Também notei que o verdadeiro sucesso surge da combinação de quatro elementos específicos que permitem que as pessoas tracem seu próprio caminho, realizem o melhor trabalho e vivam a vida da melhor forma.”

Os elementos da consonância são chamamento, conexão, contribuição e controle

O chamamento é uma força gravitacional em direção a uma meta maior do que você – um negócio que você quer iniciar, um líder que inspira, uma anomalia da sociedade que você deseja remediar, ou um serviço que você deseja prestar para uma causa específica.

A conexão propicia uma visão de como o seu cotidiano responde ao chamamento ao resolver o problema à mão, ao aumentar os lucros da empresa, ou ao atingir aquela meta.

A contribuição é o entendimento que você tem de como esse emprego, essa marca, e esse salário contribuem para a comunidade na qual você quer participar, para a pessoa que você quer ser, ou para o estilo de vida que você quer ter.

O controle reflete como você consegue combinar sua conexão com o chamamento a fim de poder ter voz na designação de projetos, prazos, colegas e clientes; dar ideias para as metas compartilhadas, e realizar trabalhos que contribuam para sua trajetória profissional e financeira.

Laura diz ainda que a consonância parece ser diferente para todos e também muda conforme a fase da vida. “Ela está em constante mutação, evoluindo conforme envelhecemos e passamos pelos vários estágios da vida, ajustando as nossas prioridades. A sua, é singular. Os quatro elementos que compõem a sua consonância já estão determinados. Antes de você sair do emprego que achou ser o dos seus sonhos, pense em avaliar como esses elementos podem lhe acrescentar algo, exclusivamente a você, para que realmente encontre um novo emprego que lhe agregue valor.”

Com Harvard Business Review