13 jun 2018 - 13h18

Startup ou não, longevidade é um grande desafio

Viviane Doelman assina artigo sobre o papel da governança corporativa nas novas empresas de base tecnológica

Em economias como a americana ou as principais europeias, ganha corpo a cultura de “build-to-flip” (em livre tradução do inglês, construir para virar). Trata-se de, a partir de uma boa ideia, constituir empresas que buscam catapultar seu valor de mercado, para ao final de 18 a 24 meses serem vendidas pelo maior preço possível. 
Por aqui, o empreendedor digital brasileiro pode até ser mais imediatista do que aqueles que se aventuram nos negócios mais tradicionais. Mas diferentemente do que ocorre no Hemisfério Norte, com ênfase no Vale do Silício, ele costuma ter um projeto de propósito e funcionalidade para seu negócio. 

Os nossos querem sim enriquecer, mas sob “o selo” de bons empreendedores, de terem feito a diferença.  O triunvirato que constrói empresas longevas – a combinação de risco de empreender, contribuição para a sociedade e a recompensa pelo risco – soa correto e apropriado.  

Quando se pensa em estabelecer empresas, cogita-se iniciar um negócio rentável, sólido e de longo prazo.  E isto se aplica tanto às empresas da velha economia quanto às startups e negócios digitais.

A longevidade tem bases comuns para todas as empresas. Boas práticas de gestão, excelência nas entregas, foco em pessoas, ferramentas de governança corporativa que reforçam o relacionamento entre sócios. São âncoras fundamentais. Representam oportunidade e benefícios para a empresa quando consistentemente instaladas. E sua ausência significa alto risco.

Os empreendedores da nova economia devem ser atendidos dentro de sua individualidade. É vital desviar de soluções prontas e pacotes, e privilegiar o auxílio de profissionais, consultores, mentores e coaches. Eles vão efetivamente entender cada realidade, combinando a melhor aplicação de velhos conceitos a um ambiente que, apesar de parecer diferente, é permeado por pessoas, com suas ambições, inseguranças, criatividade, necessidades de afirmação, busca por reconhecimento e lucro. 

No longo prazo, o mercado premia boas práticas e consistência. O alinhamento entre a forma como a empresa se vende e aquilo que ela efetivamente é em sua operação interna atrai investidores e talentos. E abre novos mercados a serem explorados. Apesar de eventualmente um filho da nova economia angariar grandes quantidades de capital sem usar estes pilares, no decorrer do tempo o mercado premia quem mostra resultados reais.    

É necessário estabelecer a base da empresa para que ela permaneça em sua missão, criando produtos ou serviços com contribuição significativa e mecanismos economicamente sustentáveis ao redor desses. Enquanto estiver com seus fundadores, ou quando mudar de mãos. 

*Viviane Doelman é sócia gerente da 3G Governança, Gestão e Gente, especialista em Governança Corporativa pela Fundação Dom Cabral (FDC).

Sobre a 3G Consultoria – Governança, Gestão e Gente
A 3G Consultoria trabalha junto a acionistas, famílias, conselhos e diretoria executiva. Oferece serviços de criam condições para a longevidade e saúde dos negócios, ajudando-os a construir um adequado ambiente organizacional e resultados mais sólidos, consistentes e duradouros. As soluções e serviços respeitam o momento e as características de cada empresa, alinhando todos os sujeitos na adoção das melhores práticas de Governança Corporativa e buscando assegurar o alto desempenho.
 

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