15 fev 2017 - 13h28

Em momento de crise, governança corporativa surge como uma boa ferramenta para proteger empresas de conflitos

A jornalista Mirian Gasparin entrevistou com exclusividade Viviane Doelman, que falou sobre a importância de uma boa governança corporativa.

Há três anos consecutivos os resultados das empresas estão sendo impactados pela crise econômica. Diante de cenários incertos e instáveis o que as empresas podem fazer? Eu fiz essa pergunta a diretora da 3G Consultoria – Governança, Gestão e Gente, Viviane Doelman, e ela me disse que a governança corporativa pode ser uma arma bastante efetiva. Ou seja, as ferramentas de governança, se bem aplicadas, protegem as empresas dos conflitos de acionistas, muito comuns em cenários de stress como estamos vivendo hoje.

A consultora me explicou que acionistas de várias empresas depois de alguns anos de bonança se acostumaram a receber bons dividendos. Já no caso de diretores de empresas muitos ascenderam a cargos de direção em períodos favoráveis. Só que hoje, a pressão dos acionistas em cima da diretoria aumentou e tudo isso tem gerado muitos conflitos. O mesmo ocorre nas empresas familiares. Diante desse quadro, é importante estabelecer limites e utilizar ferramentas de gestão para diminuir ao mínimo os conflitos e preservar os negócios.

Viviane Doelman aponta alguns recursos de governança corporativa que podem ser de grande valia para as empresas. O primeiro passo é fechar um acordo de acionistas prevendo o endereçamento de situações de potencial conflito, evitando vias judiciais que se arrastam por anos e que desgastam profundamente os relacionamentos.

O segundo passo é implantar um Conselho Consultivo ou de Administração. Como se sabe, os conselhos são fóruns que obrigam o acionista a sair da pauta rotineira e pensar estrategicamente, colocando a empresa em cenários adversos ou de expansão e investimento, traçando os passos para se alcançar a visão e os resultados projetados. Outra medida é trazer conselheiros independentes, o que vai elevar as discussões a um novo patamar.

A consultora explica também que a criação, documentação e comunicação dos princípios éticos e de conduta esperados de todos os colaboradores da empresa (inclusive diretores e acionistas), através do Código de ética e conduta, aumentará o nível de confiança interno e externo das organizações, valorizando dois de seus principais ativos, que são a imagem e a reputação.

Por último, a diretora da 3G Consultoria diz que outra grande ferramenta a ser implantada é a avaliação estruturada da eficácia do conselho, do desempenho dos conselheiros e da diretoria executiva. Isso dará direcionamento para que estas funções sejam melhor utilizadas e agreguem valor à empresa nos desafios enfrentados.

Mas, embora a implantação de uma governança corporativa aumente os custos para a empresa, o que realmente os empresários devem estar focados é nos benefícios que esse processo irá trazer.

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